quinta-feira, março 10, 2005

Não tente isto em casa!!!

Sabem quando na televisão dizem: "Não tente isto em casa!!!" ? Bem, eu decidi tentar isso em casa. E deixem que vos diga... não é uma boa ideia.

A primeira coisa que eu decidi tentar, foi saltar de um precipício num carro movido a foguetes. Deixem que vos digue que não é nada fácil...

Eu não tinha ideia que era tão lixado encontrar um carro movido a foguetes. Nenhuma das principais marcas de carros que nós conhecemos os vende. Nem em leilões na Internet arranjei alguma coisa. Por isso decidi fazer o meu próprio...

O primeiro entrave foi logo quando eu tentei deitar as mãos a grandes quantidades de explosivos. Parece que agora, por causa da segurança, não se pode comprar dinamites nem explosivos como deve ser. Eu até fui tentar comprar aos Indianos que arranjam sempre os DVD's antes de saírem, mas nada feito, nem esses senhores tinham nada que me interessasse .

Daí que acabei por "NÃO FAZER AQUILO EM CASA", não por medo, mas porque não consegui. Por isso, vou fazer um repto ao apresentador do programa de televisão do livro Guiness (sim porque ele é um leitor assíduo do meu blog - grande abraço sr. Max Humphrey, se é que este é o seu nome verdadeiro): Quando estiver a apresentar o número do sujeito indiano que vai fazer amor com 21 Tigres Bengala enquanto come 2 kilos de escaravelhos da Etiópia, não diga: míudos não tentem isto em casa! - porque nenhum puto vai encontrar 21 Tigres Bengala e dois kilos de escaravelhos da Etiópia. Eu pelo menos não encontrei...

segunda-feira, março 07, 2005

Gente Feliz no barbeiro

Os meus amigos passam a vida a chatear-me por eu cortar o cabelo em cabeleireiros em vez de ir ao tradicional barbeiro de esquina. Vão-se foder é o que eu lhes costumo dizer. No entanto decidi voltar a dar uma hipótese ao típico barbeiro castiço e fui lá no outro dia.

Ia a passar na rua e vi uma placa gigante que tinha escrito: Barbeiro do Vítor. Entrei e comprimentei-o prontamente: "Bom dia Sr. Vítor!" - ao que ele me respondeu: "Eu não me chamo Vítor, o meu nome é Pitágoras!" - o que eu achei peculiar, pois nunca tinha conhecido ninguém chamado Pitágoras.

Pitágoras ajudou-me a sentar confortávelmente na cadeira e perguntou: "É o serviço completo?" - ao que eu respondi positivamente. Primeiro cortou-me o cabelo apenas com um pente e uma tesoura, o que eu achei fantástico. Quando eu me preparava para ir embora, Pitágoras impede-me e diz que falta a barba. Enquanto ele misturava a espuma numa tigela de alumínio, discutíamos futebol e política, o que foi espetacular. Depois, Pitágoras saca de uma navalha com uma lâmina de 15 cm, e eu perguntei se não havia outra maneira de ele me fazer a barba, tipo com uma Gillette Mach 3. Ele disse para não me preocupar, porque ele era um mestre naquilo que fazia e gostava de fazer as coisas à antiga. Tenho de admitir que ele fez um excelente trabalho, não só a minha pele estava macia como o rabo de um bebé longe das garras de Carlos Cruz, como nem um único corte tinha na face.

Levantava-me para ir embora, satisfeitíssimo com o trabalho de Pitágoras, quando este me empurra de volta para a cadeira a dizer que ainda não tinha acabado. "Não tinha pedido o serviço completo?" - perguntou-me ele. Ao que respondi positivamente, mas o que é que faltaria fazer?

Limpeza de pele. Parece que antigamente os barbeiros não só cortavam o abelo e faziam a barba, como também se encarregavam de limpar a pele dos seus clientes. Pareceu-me um pouco estranho, mas pensei: Porque não. Foi nessa altura que Pitágoras sacou de uma máquina que parecia ser um aspirador, e começou a sugar tudo o que estava à superficíe da minha pele. Tenho de admitir que a dor era agoniante, tanto que desmaiei passados apenas uns segundos.

Quando acordei outra vez, ainda a sentir aquela dor excruciante, deparo-me com uma situação deveras caricata. Os meus braços e pernas estavam presos à cadeira com tiras de cabedal e as minhas mangas estavam enroladas até cima. Olhei para o lado e vi Pitágoras a afiar uma faca num instrumento estranhíssimo. Perguntei: "O que é que se está a passar caralho?" - ele disse para não me preoupar, porque era assim que se fazia antigamente. Furioso, pergunto: "De quê que estás a falar?" - e a sua resposta fez-me parar o coração: "Derramamento de sangue!!"

DERRAMAMENTO DE SANGUE??????????? Este gajo só podia estar a brincar. Mas infelizmente, não estava. Devia saber, nesta altura, que Pitágoras nunca brinca em serviço. Ele disse que eu tinha espirítos maus no meu corpo, e deitar o sangue fora era a únia maneira de eles sairem. Eu disse que não me importava com os espíritos, e que eu e os espíritos tinhamos um acordo mútuo.

Mas Pitágoras era um homem que não aceitava um não como resposta. Ele deu-me um pedaço de camurça e disse: "morde isto om força, vai ajudar o sangue a escoar mais depressa" - eu disse que não queria, sequer, que o sangue saísse, e tentei-me soltar, em vão...
"Quieto! Maricas de merda" - gritou o barbeiro com nome de filósofo grego.
"Eu dou-lhe mais alguma guita, e a coisa fica por aqui, pode ser?" - tentava eu minimizar os estragos.
"Isto é para o teu bem !"
"Eu estou contente com o meu sangue, deixa-me em paz"
"Tu não estás a fazer o que eu te digo, e isto vai ficar merdoso..."

Olhei à volta prourando ajuda, mas não estava lá ninguém. Estava sozinho com Pitágoras...

"Vais sentir uma dor fortíssima, mas no momento em que os demónios sairem do teu corpo, vais-te sentir muito melhor" - disse Pitágoras.
Fiquei em pânico, tentei soltar-me, mas as tiras de cabedal estavam muito apertadas.
"Para quieto, seu filho da puta! Não percebes que isto é para o teu bem?" - Vociferou Pitágoras.
"Larga-me, seu maníaco psicopata" - gritei eu como uma pequena menina.
"Os espíritos estão a tomar conta da situação! Temos de trabalhar depressa!!!!"

Foi nessa altura que se abriu a porta. Era a bófia!!! Dois polícias entraram pela Barbearia do Vítor com as armas em punho: "Larga a faca, Pitágoras!" - comandou um deles, com uma estranha pornúnia algarvia.
"Vocês não percebem, eu estou a fazer-lhe um favor!" - defendeu-se Pitágoras.
"Tu não me estás a fazer favor nenhum, seu tarado de merda!!!" - gritei eu, claramente mais confiante, agora que a polícia tinha chegado.

Foi aí que Pitágoras pôs a faca no meu pescoço e me disse: "Fica fora disto, júnior!" - Pitágoras via muito cinema americano de fraca qualidade.
"Vá lá, Pitágoras... não me apetece ter de ligar para a morgue outra vez!" - disse o polícia deixando-me ainda mais em pânico.
"Cheguem-se só mais um bocado e eu corto-lhe a cabeça!!!!" - ameaçou o enraivecido barbeiro.

De repente, a porta das traseiras da barbearia abre-se, Pitágoras distrai-se com a entrada em cena de outra pessoa e é alvejado pelos dois polícias trinta e sete vezes no peito. Deixa cair a faca e um balde que também segurava. Cai também ele a seguir, no entanto, ainda com vida. A pessoa que tinha surgido pela porta das traseiras era nem mais, nem menos que...
Sim, adivinharam: Vítor. Vítor tinha acabado a sua pausa para almoço. Tinha comido favas, e ao que parece, estavam óptimas.

Os polícias soltaram-me da cadeira e chamaram uma ambulância para transportar Pitágoras para o hospital. Era tarde demais. Pitágoras tinha falecido, para grande tristeza minha. Quer dizer, claro que ele não passava de um psicopata que assassinava os seus clientes a sangue frio, mas as minhas patilhas nunca tinham estado tão bem.

quarta-feira, março 02, 2005

Dor misteriosa apoquenta Gente Feliz

Nunca repararam que tinham um dedo a sangrar mas não se lembram porquê? A mim está-me sempre a acontecer. O que só pode querer dizer uma de duas coisas: ou eu sou uma besta sem a mínima noção do que é que faço, ou tenho um problema de múltipla personalidade.

Óbvio que um problema de múltipla personalidade é uma terrível doença do foro psicológico. Mas ás vezes eu gosto de pensar, que talvez, uma parte de mim anda a ter uma vida paralela ao meu dia-a-dia, e talvez, essa parte até tenha uma vida mais interessante que a minha. Se calhar o meu dedo não está a sangrar devido a um acidente, mas sim por eu ter esmurrado um gajo ontem numa luta de bar. Se calhar até ganhei, quem sabe?

Se eu tenho uma dupla vida, como é que será que eu me chamo? Jorge? Não, é demasiado óbvio... Tem de ser algo que soe a medo logo à partida, tipo Ivan!

Já estou a imaginar os donos dos bares a temerem-me de morte: "Merda... é o Ivan!!!"
Claro que também vai haver aquele dono de bar que é novo e não é facilmente intimidável: "Ivan? Quem é esse gajo? Quero que o Ivan se vá foder!" E eu ficaria mais que feliz por lhe dar a resposta. Mas depois, para mostrar que não tinha ficado ressentido, levá-lo ia com todo o gosto ao hospital mais próximo. Talvez até lhe mandasse um postal a desejar as melhoras. Sim, porque o Ivan pode ser um gajo fodido, mas no fundo tem um coração de ouro.

Pronto, está explicado o corte no meu dedo. Mas há outra coisa que me anda a atormentar: hoje acordei com uma dor extremamente agudizante no tendão de Aquiles direito. Tive a por gelo no pé a manhã inteira e, com o frio que está, acabei por congelar a merda do pé. Agora vamos ver uma coisa, quem é que inventou esta merda? Dói-te alguma coisa, vai pôr gelo! Quem terá sido o masoquista? Será que ele não percebeu que o gelo é frio? Mas não interessa, quem quer que tenha sido o inventor desta cura do gelo, certamente que Ivan já lhe terá dado uma boa lição. Ou se não, está para breve.

Voltando ao meu tendão de Aquiles... não percebo como é que eu me posso ter magoado se eu nunca faço exercício. Por isso, isto não foi aquele tipo de lesão que surgiu depois de eu estar a fazer sprints, a levantar pesos ou a saltar á corda. Não, só pode haver uma explicação... Ivan!!!! Nem mais. Essa gajo deve ter ido fazer um jogging ontem à noite depois de eu adormecer, e não deve ter feito os alongamentos antes. Por isso cá estou eu a coxear como um idiota. Obrigadinho Ivan. Se não fosses um gajo tão fodido como és, tinhamos umas conversinhas.