terça-feira, dezembro 27, 2005

Ultra Suspense

Benvindos a mais um episódio de... Ultra Suspense!

A história de hoje começa inocentemente com uma jovem menina que corre pela floresta. Ela tem às costas uma mochila, e parece estar assustada com alguma coisa. Mas o quê? Porquê que ela continua a olhar para trás? De que foge a criancinha? Estará alguem a persegui-la?

Mãe!!! - grita. Ela deve estar perdida. Pobre criança, completamente sozinha, a fugir sabe-se lá de quem. Se bem que ela pode estar a correr de encontro a alguma coisa. Já tinham pensado nisso? Se calhar há uma barraquinha de algodão doce ali perto e ela está apenas desejosa de açúcar.

Porquê que têm logo de assumir que é uma coisa má? Se calhar ela está a ir para a barraca do algodão doce e está só a chamar a mãe para ela ir lá ter. Afinal, é ela que tem o dinheiro [de notar que nesta frase, uma defeciente colocação da vírgula mudaria por completo o sentido da mesma].

Pensando melhor, que caralho é que estaria uma barraca de algodão doce a fazer no meio da floresta? É absurdo. Porquê que vocês me deixaram, sequer, continuar numa teoria tão idiota? Vocês gostam de ver as pessoas a falhar? É isso que vos dá prazer? Já agora, e só por curiosidade, quanto mais é que vocês me iam deixar continuar nesta ideia? Três parágrafos? Quatro? Cinco? Vocês metem-me nojo...

De qualquer das maneiras, veio-se a descobrir que ela estava a fugir de um bando de coiotes. O que estavam coiotes a fazer na floresta? Não faço menor ideia. Se calhar vivem lá. A grande verdade é que ninguém quer admitir que não há uma única pessoa no mundo que saiba ao certo qual é o habitat natural dos coiotes. Porquê que eles estavam atrás da nossa menina? - é oficial: adoptei-a como nossa, depois de tudo o que já passamos juntos, achei que era a quase uma obrigação. Parece que ela levava dois kilos e meio de trufas na mochila. E vocês sabem como os coiotes gostam de trufas. Lá está! Não sabem, mas também não sabem que não gostam. Meus amigos, a verdade é esta: ninguém sabe nada sobre os coiotes.

Mas onde é que está a mãe no meio desta excitação? No ar condicionado do seu Range Rover, claro. Vocês acham que ela ia sujar as suas novas botas de montanha, numa qualquer espécie de fungo? Nem Pensar.

A mãe olha para o seu relógio de diamantes: -São quase duas e meia! Onde é que se meteu aquela pirralha de merda?
Se a jovem não se despachar elas vão chegar atrasadas. Há gente à espera daquelas trufas! É aí que a mãe decide ir de carro ao encontro da filha, e dar-lhe uma lição.

Ela liga a ignição, mas quando estava pronta para arrancar, algo lhe desvia o olhar: Uma barraquinha de algodão doce! Mesmo ali no meio da floresta! E eles têm dos dois tipos: cor-de-rosa e branco. Neste momento a filha chega. A mãe desliga o carro e dirige-se com a filha para o "Psicológico" (era o nome da barraca).

O sr. atrás do balcão nem queria acreditar na sua sorte. Dois clientes! Isso é mais do que ele costuma ter numa semana. Qual semana, é mais do que ele tem num mês inteiro!

Toda a sua família achou que ele estava louco por abrir uma barraca de algodão doce no meio do nada. Mas ele ignorou os todos os conselhos que lhe deram, e gastou todas as suas poupanças num gerador eléctrico e noutras merdas que também são precisas para fazer algodão doce. Mas quem é que se está a rir agora? Bem... a família é que se continua a rir, claro. Quer dizer, é só uma mulher e a sua filha. Quanto algodão doce é que elas podem comer?
Sim... basicamente, ele tá fodido!

O que nos traz à moral da história: Nunca abram um stand de algodão doce no meio da floresta. Safam-se muito melhor com outra coisa. Churros, por exemplo.